terça-feira, 29 de maio de 2007

Ao menos uma mulher no séc. XXI






O suprematismo do russo Malevitch sucessor de El Lissitzky fizeram a fama da iraquiana Zaha Hadid visto que ela se utiliza de princípios semelhantes, desde a forma à funcionalidade do projeto. Do mesmo modo que reinventa suas tipologias de apresentação, fugindo do convencional, interagindo com a informática, fazendo com que o cliente “mergulhe” no jogo de sobreposições e tridimensionalidade no segundo plano.
Depois de longo período de sucesso internacional sem obras construídas, a iraquiana inundou o mundo com seus trabalhos: nos últimos três anos foram concluídas uma estação intermodal na França (premiada com o Mies van der Rohe europeu), uma rampa de esqui na Áustria e um centro de arte nos Estados Unidos.
De alguns anos para cá, foram concluídas, com alarde, obras suas mundo afora. Algumas são resultados de concursos, outras foram feitas por convite.
Evitando o dogmatismo, Zaha Hadid coloca em seus projetos a deformação, a justaposição e a estratificação, e introduz complexidade nos objetos arquitetônicos.
Em 2004, o prestigiado prêmio Pritzker, internacionalmente considerado como o prêmio Nobel da arquitetura, foi atribuído, pela primeira vez em 26 anos, a uma mulher. os júris sublinharam os aspectos inovadores, criativos e originais dos projetos realizados por Zaha Hadid ao longo do seu percurso profissional.
As suas concepções arquitetônicas são frequentemente apelidadas como desconstrutivistas e o seu trabalho evidencia as suas capacidades para lidar com as características de cada espaço urbano, expandindo e intensificando as relações com a paisagem existente, procurando atingir uma estética de caráter visionário.
Zaha introduziu a noção de paisagem artificial há muito tempo e esta é uma analogia poderosa que introduz muitos elementos novos e poderosos ao repertório arquitetônico. Portanto, em primeiro lugar, é importante que usemos o termo Paisagem Artificial para que possa ser tratado como um tema abstrato. Não estamos falando sobre uma imitação visual da natureza. Estamos falando apenas sobre certos elementos de composição como inclinações e curvaturas no sistema. Também estamos falando de definições espaciais mais indeterminadas e abertas como, por exemplo, cumes, vales, uma floresta com graus de densidade; elementos que marcam e organizam o espaço com, gradientes, com divisas indefinidas e formas latentes.
Na natureza há muita riqueza formal, mas não existem limites determinados e distintos, não existem lugares absolutos e nem dimensões definidas
São idéias mais vagas, mais abertas; são aquilo que você apreende, em um certo momento, por razões específicas. Os gradientes, as inclinações, as divisas indeterminadas, dão-nos liberdade de ver e encontrar o que queremos ver e encontrar. Existe latência, ou seja, um tipo muito produtivo de flexibilidade, que não exige transformação física ou elementos móveis.


É curioso pensar que uma mulher de nacionalidade iraquiana, sociedade esta que põe a figura feminina num invólucro, tenha se destacado numa época em que estavam havendo tantos conflitos na região da sua terra natal. Época em que o Iraque estava sendo constantemente atacado. Não seria uma tentativa do mundo ocidental em prestigiar alguém deste local para dar enfoque na sua arte e amenizar o terrorismo que vem acontecendo.

Nenhum comentário: