quarta-feira, 13 de junho de 2007

Aprendendo o que com Salvador?

Fazendo um passeio por Salvador, comparando-a com o Salvador do passado e fazendo uma analogia com a cidade de Las Vegas (conforme leitura de trechos do livro "Aprendendo com Las Vegas" e texto de Fernando Serapião e Pasqualino Magnavita) pode-se observar que as cidades passam por grandes tranformações ao longo do tempo e que essas transformações nem sempre trazem beneficios para a população e sim para grupos de empreendedores que possuem capital e produzem edificações que atendam aos seus interesses e assim sem a menor preocupação com a arquitetura em si, este grupo está interessado em persuadir e convencer através da simbologia como marca pela comunicação.

A forma de transmitir as sensações que estimulam ao consumo são "jogadas" em frente aos seus edifícios, formando um verdadeiro corredor de grandes tótens e painéis para atingir aos passantes em alta velocidade, como em Lauro de Freitas, causando nos transeuntes um incômodo pela confusão na disposição das placas de publicidade.

Outra forma de aguçar o desejo é criar a própria arquitetura como símbolo, como o grupo Insinuante, que começaram com uma simples marca e hoje, todas as suas grandes lojas possuem na sua entrada a logomarca como convite e a este tipo de arquitetura foi denominado por Robert Venturi como Galpão decorado, que consiste em uma edificação “como abrigo genérico cujas superfícies planas são decoradas”.


A arquitetura Pato, como diz Venturi, está inserida em Salvador de forma recatada, sendo difícil o seu encontro pela cidade. Caracterizada pela sua própria arquitetura sugerir o uso ao qual se destina a edificação. Pode-se ver ao lado do restaurante Prazeres da Pizza, um espaço para festas infantis com essas características, como também na Av. Vasco da Gama, onde possuí lojas de pneus como uma grande arco em forma de pneu, outra oficina de carro, como um carro suspenso na sua fachada. Em Pirajá, uma loja de peças exclusivas de caminhão também possui na sua fachada uma carcaça do automóvel.


Enfim, culturalmente falando ainda é muito complicado produzir arquiteturas de primeiro plano, pois, a especulação imobiliária, a tecnologia, o turismo e o desejo de grandes investidores são fatores avassaladores para recriar uma urbanidade imagética e lúdica evidenciando o lucro.