quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A monumentalidade da luz

O Iluminismo, movimento caracterizado por adotar a razão e a ciência como meio para justificar a existência das formas.
No auge desta época destacam-se como herdeiros desta filosofia os arquitetos Bouleé e Ledoux, os quais disseminaram a dualidade forma x função, assim como permaneceram embebidos com os ideais do Classicismo.
Nesta época foram descobertas novas possibilidades construtivas e estruturais, de forma que os antigos materiais (como a pedra e a madeira) passaram a ser substituídos gradativamente pelo concreto (betão) (e mais tarde pelo concreto armado) e pelo metal.
Paralelamente, profu
ndamente influenciados pelo contexto cultural do Iluminismo europeu, os arquitetos do século XVIII passaram a rejeitar a religiosidade intensa da estética anterior e o exagero luxuriante do Barroco.
A obsessão de Bouleé era captar a luz de forma que ela evocasse a presença do divino, também como elevar os seus monumentos a um estado onipotente.
Para Ledoux funcionalismo era prerrogativa para as suas composições arquitetônicas porém sem se desvencilhar dos conceitos clássicos.
O compromisso era e
rguer através da matemática e da física, elementos gráficos e simbólicos.
Essa dupla enraizou seus conceitos para a posteridade deixando discípulos, um deles que obteve grande destaque foi Louis Kahn arquiteto americano cujas obras, de caráter muito particular, sofreram significativa influência, caracterizando-se especialmente pelo estudo da incidência da luz.
Com seus edifícios d
e concreto armado critica as soluções frias de Gropius e Mies que levaram a criação do estilo internacional, no qual uma das principais características é a fachada-cortina (curtain-wall).
Kahn repele soluções standard e procura relacionar os seus edifícios com o contexto no qual se inserem, o qual a sua própria estrutura determina a forma, com relações de cheios e vazios, reentrâncias e saliências e ate mesmo o claro e o escuro, brincando com jogos de efeitos geométricos.
Em suas obras Kahn utiliza uma arquitetura voltada para a monumentalidade, sendo uma recriação da história que volta a ser convite e estímulo a criatividade, a sua arquitetura é monumento pela escala projetada, mais do que pela imagem formal atingida, portanto, que, mesmo voltado para a história, possui a originalidade das grandes invenções.

Contemporaneamente a esta época, ocorria isoladamente na Rússia, nação excluída do eixo arquitetônico ocidental, arquiteturas que possuíam características semelhantes, porém diferentes em seu caráter e ideologia conceitual.

A monumentalidade utópica da escala projetual estava presente em ambas composições, por isto El Lissitzky se destaca como um arquiteto oriental mesmo havendo boicotes ocidentais a esta casta.

Obras de Louis Kahn

Louis Kahn